Bolo de Arroz


O que não fazemos por um grande amigo?
É certo que amizades verdadeiras consigo contá-las pelos dedos, são poucas mas boas. E esses amigos merecem tudo.
Viva a amizade! Vivam os amigos!
Um amigo com quem podemos contar em todos os momentos, com quem partilhamos histórias e aventuras, com quem desabafamos, a quem contamos segredos, partilhamos receitas, contamos o dia-a-dia, ouvimos sem julgar, damos opiniões sinceras. Amizade e sinceridade, andam assim de mão dada, fortalecem-nos. Amizade, partilha e amor ao próximo. Dar sem esperar nada em troca.
E se um amigo nos pede um bolo de arroz? Há que concretizar esse pedido sem demoras, e com muito carinho.
Este bolo não estava nos planos para já, mas não consigo recusar um pedido de um amigo. E por isso aqui fica este bolinho, feito com laços de amizade, ingredientes generosos, uma pitada de lealdade, mexendo com uma colher de gratidão, e com uma crosta de açúcar bem doce, como a nossa amizade.
Fica a sugestão para o fim-de-semana, para um lanche com amigos, partilhado com muita ternura e fatias gulosas.



Bolo de Arroz
(receita do blog Pão e Beldroegas)

2 ovos
150 ml de leite
1 pitada de sal
raspa de 1 limão
250 gr de açúcar
350 gr de farinha
75 gr de manteiga
1 colher (chá) de fermento
açúcar para polvilhar


Preparação

Untar uma forma de bolo inglês com manteiga e polvilhar com farinha. Reservar. Pré-aquecer o forno a 180ºC.
Derreter a manteiga e deixar arrefecer.
Bater muito bem os ovos com o açúcar, juntar depois a manteiga, a raspa de limão, o sal e o leite.
Por fim adicionar a farinha e o fermento e envolver.
Colocar a massa na forma, polvilhar abundantemente com açúcar e levar ao forno a cozer.

Bom Apetite!



O Bolo dos 30


A Primavera chegou, trazendo os 30 anos. Um dia de sol e sorrisos com abraços quentes. 30 Primaveras cumpridas ao sabor dos dias. Passou depressa demais? É sempre essa sensação que tenho, o tempo passa muito depressa, deixando no ar as memórias dos dias felizes, dias de brincadeira com bonecas, dias com a família, dias de praia, dias de férias, as escolas e os amigos, as travessuras, o crescer, o ser quem somos, o escolher o futuro, as indecisões e tomadas de posição, o caminho da vida.
Ainda há uns dias me deram apenas 17 anos. Não que me importe muito, sei que sou uma pessoa descontraída e simples na maneira de me apresentar e aparento realmente ser muito novinha. Os meus 17 anos já parecem ir lá ao longe. Altura de novas etapas, decidir o futuro, o curso a seguir, mudança de casa para longe dos pais, o partir à descoberta.
Fico sempre um pouco nostálgica no dia de anos (até pelo texto já repararam com certeza), e não sou pessoa de grandes festas e comemorações. Desde que estejamos juntos e bem, não é preciso mais nada. Um jantar simples, preparado com carinho e amor, é a melhor prenda neste dia. A companhia dos que amo também.
E vocês também já sabem, que eu gosto de bolinhos. Por isso este dia torna-se sempre mais doce com um bolinho feito por mim. A gula pode apoderar-se da cozinha, com chocolate, morangos e mirtilos, os meus favoritos. Partilho aqui uma fatia convosco, e agradeço a vossa presença e carinho, a tornar os meus dias mais felizes.




Bolo de Chocolate e Frutos Silvestres
(receita cá de casa)

4 ovos
1 chávena de açúcar
1 chávena de óleo (usei 1/2)
125 gr de chocolate em pó
2 chávenas de farinha de trigo
1 colher (chá) de fermento
1 chávena de água a ferver

Calda:
4 colheres (sopa) de chocolate em pó
2 colheres (sopa) de açúcar
8 colheres (sopa) de leite
2 colheres (sopa) de manteiga

Recheio:
doce de frutos silvestres caseiro q.b.

Cobertura:
200 gr chocolate (70% cacau)
100 ml leite
morangos q.b.
mirtilos q.b.



Preparação

Untar e forrar o fundo de duas formas redondas (iguais) com papel vegetal e reservar.
Pré-aquecer o forno a 180ºC.
Numa taça, bater bem os ovos com o açúcar (usando a batedeira), até ficar uma mistura volumosa e esbranquiçada. Adicionar o óleo e o chocolate em pó e mexer muito bem. Envolver a farinha com o fermento aos poucos e por fim a água a ferver.
Dividir a massa pelas duas formas e levar ao forno a cozer (teste do palito).
Preparar a calda, colocando todos os ingredientes num tacho e levar ao lume até homogeneizar e ficar bem quente.
Desenformar os bolos, picar com um garfo e espalhar a calda pelos dois.
Deixar arrefecer completamente antes de colocar um bolo no prato de servir, espalhar o doce de frutos silvestres a rechear, e colocar o outro bolo por cima.
Preparar a cobertura, derretendo o chocolate com o leite, até ficar uma mistura brilhante.
Barrar o bolo com a cobertura, esperar que assente e decorar a gosto com as frutas escolhidas.

Bom Apetite!



Biscoitos de Amêndoa, Alfarroba e Doce de Figo


Mais uma quinzena passada, mais um desafio do Dorie às Sextas. Desta vez uns biscoitos de nome original "Thumbprints for us big guys", que prometiam fazer as delícias cá de casa, à volta de um chá e boa conversa.
Acabei por alterar um pouco a receita original, mas posso dizer-vos que adorámos o resultado! Como não tinha avelãs em casa, optei por colocar só amêndoa. Ao lado da amêndoa estava a farinha de alfarroba. E porque não usar, pensei eu. Amêndoa, alfarroba... só faltava mesmo o figo, para ser uma adaptação bem portuguesa e algarvia da receita da Dorie. Como ainda havia doce de figo caseiro avancei sem medos, e posso dizer-vos que sim, prova superada, os melhores cookies de alfarroba que fiz. E já não há nenhum...


Biscoitos de Amêndoa, Alfarroba e Doce de Figo
(receita adaptada do livro Baking - de Dorie Greenspan)

1 e 3/4 chávena de amêndoa moída
1 e 3/4 chávena de farinha de trigo (menos 4 colheres de sopa)
4 colheres (sopa) de farinha de alfarroba
200 gr de manteiga à temperatura ambiente
1/2 chávena de açúcar
doce de figo caseiro q.b.


Preparação

Untar e forrar com papel vegetal dois tabuleiros. Pré-aquecer o forno a 180ºC.
Numa taça, e com uma batedeira, bater muito bem a manteiga com o açúcar. Adicionar a farinha, a farinha de alfarroba e a amêndoa em pó. Envolver bem.
Moldar bolinhas com as mãos (fiz um pouco maior do que era suposto) e colocar nos tabuleiros.
Com um dedo, fazer uma cavidade redonda no meio do biscoito, mas sem partir o fundo.
Levar ao forno até cozerem (uns 15 a 18 minutos, dependendo do tamanho). Retirar do forno e aguardar 2 minutos antes de as transferir para uma grelha.
Quando estiverem totalmente arrefecidas, colocar um pouco de doce de figo na cavidade.
Saborear.

Bom Apetite!




Polvo no Forno Aromático


Há momentos especiais. Trocas de experiências e carinho. Lembro-me quando era pequenina, uns 8 anos, íamos passear de carro, e o meu pai deixava-me conduzir (ou pensava eu)! Ia ao seu colo e ele retirava as mãos do volante, colocava eu as minhas, e lá ia a controlar o carro, uma emoção! Sentia adrenalina e tinha medo, mas ao mesmo tempo não queria que terminasse a aventura.
Um pai está sempre lá, o seu carinho e amor são inabaláveis. Sentimos segurança e sabemos que somos amados. Percorremos juntos um caminho de amizade e aprendizagem. E muita aventura.
Cá em casa não somos de comemorar datas disto nem daquilo, mas o dia do pai acaba por ser um dia especial para nós, um dia que nos une.
Este polvo, que fui encontrar no baú das receitas, não foi feito neste dia. Não gostei das fotografias e acabei por as colocar de lado e ficou esquecido. Não sei porquê, mas não consigo tirar boas fotografias a moluscos e peixes em geral. Mas não podia deixar de o colocar aqui, porque foi uma receita feita a dois, por mim e pelo meu pai.
O meu pai tem muito jeito para a cozinha (às vezes não tem é paciência!), faz grandes feijoadas, açordas, cabidelas, bacalhaus, petiscos e mariscos, tudo na perfeição. E é sempre um prazer poder aprender com ele. Este polvo, aprendemos os dois a fazer com o chef Henrique Sá Pessoa, e ficou já como uma receita nossa. Fica super tenro, suculento e perfumado. Nem imaginam os aromas libertados durante o tempo no forno. É qualquer coisa de maravilhoso. E foi ao lembrar-me desses aromas, que tive a certeza que o tinha de partilhar convosco.
Um polvo que não foi feito para o dia do pai, mas sim, feito com o pai, com carinho e sempre a aprender.


Polvo no Forno Aromático
(receita do chef Henrique Sá Pessoa)

1 polvo fresco
2 cebolas
2 tomates
1 cabeça de alho
1 folha de louro
tomilho fresco q.b.
alecrim fresco q.b.
azeite q.b.


Preparação

Colocar uma quantidade generosa de azeite num tabuleiro. Colocar uma cebola e um tomate em fatias, os dentes de alho e o louro. Por o polvo em cima (não necessita de salgar o polvo).
Colocar mais azeite e o alecrim e tomilho a gosto. Por cima, juntar mais uma cebola e o tomate cortados em fatias e tapar o tabuleiro com papel de alumínio. Levar ao forno durante umas 2 horas a 200ºC. Servir com batatinha a murro.

Bom Apetite!


Bolo de Batata-Doce e Maple Syrup


Mais um bolo. Eu sei. Tenho-vos atormentado com os meus bolos e doces. Vista desse lado serei considerada uma gulosa de primeira... Não é que não seja gulosa (que isso já assumi), mas tento ter algum cuidado com a alimentação.
Durante a semana é muito raro comer doces de qualquer tipo, sejam sobremesas ou bolos. Fora de casa então é impensável verem-me a comer numa pastelaria. Não digo que não coloque um pouco de compota caseira nas torradas matinais, porque isso já seria exagerar.
Guardo então os devaneios gulosos para o fim-de-semana (mais propriamente o domingo), em que gosto de mimar os meus com um bolinho ou uma sobremesa. Também faço muitas vezes para oferecer a amigos e vizinhos. Gosto de partilhar.
Quando vasculho as fotografias que guardo na pasta do blog, às vezes tenho surpresas. Bolos esquecidos no tempo, embrulhados em receitas antigas de fim-de-semana. Foi o caso deste bolo, feito ainda em Dezembro ou início de Janeiro (nem me recordo bem), que surgiu depois da minha amiga P. que vive em Inglaterra, passar de visita no Natal e oferecer-me uns frascos de produtos que raramente encontro por aqui. Como o maple syrup, o golden syrup e o black treacle. Lembro-me que fiquei super entusiasmada com as ofertas e que fiz logo este bolinho, que embora tenha sido esquecido numa pasta sem pó, é delicioso e super fofo. Muito agradável na textura e no sabor, envolvente e viciante a cada fatia.
E como o tempo parece mais cinzento por estes dias, pede mesmo um bolinho assim, caseiro e com sabores de outono/inverno. Aqui fica a sugestão para o vosso fim-de-semana.



Bolo de Batata-Doce e Maple Syrup
(receita adaptada do blog Tachos de Ensaio)

1 chávena de puré de batata doce
2 ovos
1/2 chávena de maple syrup
1 colher (sopa) de água
1/4 chávena de azeite
1 e 1/2 chávena de farinha trigo
1 colher (chá) de fermento
1/2 chávena de açúcar amarelo
1 colher (chá) canela


Preparação

Para preparar o puré de batata-doce, cozer as batatas (cozi duas médias) aos cubos e depois esmagar com garfo ou triturar com varinha mágica.
Pré-aquecer o forno a 180ºC e untar uma forma de bolo inglês. Reservar.
Numa taça colocar os ovos, maple, água e azeite e bater muito bem até ficar homogéneo. Adicionar o puré já frio e mexer bem.
Noutra taça colocar a farinha, fermento, açúcar e canela e juntar à mistura dos húmidos, envolvendo suavemente, sem bater muito.
Colocar a massa na forma e levar ao forno a cozer (teste do palito).

Bom Apetite!



Arroz Doce com Cardamomo


Há sabores que nos trazem memórias. Memórias de pessoas e afectos. E cozinhar permite-nos transmitir essas memórias e partilhá-las.
É o caso do arroz doce. Uma sobremesa carregada de afectos e memórias. Que me leva à minha infância. Uma infância feliz.
A minha primeira memória de arroz doce conduz-me à minha avó, muito mais jovem, sem cabelos brancos e com uns óculos verde garrafa. Uma avó que fazia o arroz doce à beira do fogão com a sua colher de pau e avental aos quadradinhos. Memórias de cheiros e sabores, de brincadeiras ao ar livre, de férias na praia e na quinta, em contacto com animais e plantas, com a terra que era cultivada. Memórias da minha sobremesa favorita, do cheiro da canela que se confunde com o cheiro da felicidade. Da transmissão do conhecimento, do aprender a fazer, a errar e a triunfar. A lamber a colher de pau. Memórias de carinho e arroz doce.
aqui vos mostrei o meu arroz doce, o que aprendi a fazer com a minha avó, e que ainda hoje é o meu favorito. Não falta em festas, em aniversários, quando estamos contentes ou quando estamos menos felizes. Costumo dizer, que quando estou doente, a única coisa que me apetece comer é o arroz doce da minha avó. Talvez por me remeter a todos estes afectos. Conforto e ternura numa tacinha.
Quase como um ritual, eu e a minha avó fazemos esta sobremesa, de tempos a tempos, carregada de lembranças. Servimos uma travessa grande, reservando um pouco no tacho, que é colocado em duas tacinhas, polvilhado abundantemente com canela e comido ainda morno, na companhia uma da outra. É algo nosso e que não dispensamos.
Hoje sirvo eu as tacinhas, duas tacinhas ainda mornas de um arroz doce que não é o nosso, e que partilhei com a minha avó. Uma receita da Miss Dahl, cujas primeiras recordações em relação à comida têm a ver com a sua avó Gee-Gee e a sua alegria e paixão pela comida e por alimentar aqueles que amava.
Um momento partilhado aqui convosco, e para celebrar o primeiro aniversário de um blog amigo, O Bolo da Tia Rosa, da querida Mané.



Arroz Doce com Cardamomo
(receita adaptada do livro "As Voluptuosas Receitas de Miss Dahl", de Sophie Dahl)

1,4 l de leite meio gordo
1 pau de canela
300 gr arroz carolino
8 vagens de cardamomo
75 gr açúcar
mel a gosto
80 gr de passas
50 gr de amêndoas laminadas


Preparação

Colocar o leite e o pau de canela num tacho e levar ao lume. Quando ferver juntar o arroz, mexendo sempre. Ferver em lume brando e mexer sempre durante uns 30 minutos ou até estar cozido.
Num almofariz, esmagar as vagens de cardamomo e extrair as sementes. Acrescentar as sementes ao açúcar.
Juntar ao arroz, as passas e amêndoas, o açúcar com o cardamomo e umas colheres de chá de mel a gosto (adoçar ao gosto pessoal). Deixe cozer entre 5 a 10 minutos em lume brando, juntando leite se começar a secar.

Nota: Fiz metade da receita, que rendeu umas 6 tacinhas pequenas. Tive de adicionar leite durante a cozedura do arroz para não secar. E adicionei umas 2 colheres de chá de mel.

Bom Apetite!


Pudim de Chocolate e Laranja e uns Florentinos


Mais uma quinzena passada e um novo desafio no Dorie às Sextas. Desta vez um pudim de chocolate, uma sobremesa irresistível do livro Baking, de Dorie Greenspan.
Um pudim que quase parece de veludo. Um sonho de chocolate para soltar suspiros a cada colherada.
Adaptei a receita adicionando o aroma da laranja que tão bem combina com o chocolate. E aproveitei para experimentar uns florentinos de amêndoa e laranja que insistiram para se juntar à festa do tão amado chocolate. Sem exageros, mas com muita gulodice, cá fica a sobremesa de domingo passado.


Pudim de Chocolate e Laranja
(receita adaptada do livro Baking, de Dorie Greenspan)

2 e 1/4 chávena de leite
6 colheres (sopa) de açúcar
raspa de 1 laranja
2 colheres (sopa) de cacau em pó
2 colheres (sopa) de maisena
1 ovo
2 gemas
125 gr chocolate 70% cacau
2 colheres (sopa) de manteiga
1 colher (sopa) de licor de laranja


Florentinos de Amêndoa e Laranja
(receita adaptada de The Ottolenghi Cookbook)

2 claras de ovo
100 gr de açúcar em pó
250 gr de amêndoas laminadas
raspa de 1 laranja




Preparação

Para os florentinos: misturar bem o açúcar com as claras e a raspa até ficar uniforme. Juntar a amêndoa e envolver bem na mistura.
Colocar montinhos da massa em tabuleiros untados e forrados com papel vegetal. Achatar com um garfo para ficarem o mais fino possível sem deixar muito espaço entre eles. Levar a forno pré-aquecido a 180ºC até cozerem e alourarem (uns 15 minutos, dependendo do tamanho). Deixar arrefecer antes de os retirar do tabuleiro, para não se partirem.

Para o pudim: colocar ao lume num tacho 2 chávenas de leite, a raspa de laranja e metade do açúcar. À parte, numa taça, colocar o açúcar restante, o ovo, as gemas e o resto de leite e bater muito bem com a batedeira. Juntar o cacau e a maisena e envolver bem (poderá misturar melhor com a ajuda de um robot de cozinha).
Aos poucos adicionar a esta mistura o leite quente, mexendo sempre e levar ao lume, sem deixar ferver, até engrossar.
Retirar do lume e juntar o chocolate aos pedacinhos, a manteiga e o licor e mexer muito bem até obter um creme macio, uniforme e brilhante (usar aqui também o robot).
Distribuir por tacinhas, levar ao frigorífico e servir fresco, na companhia dos florentinos.

Bom Apetite!


Bolo Integral de Banana e Aveia


Gosto de festas de aniversário. Conviver com amigos e familiares, em volta de uma mesa bem recheada de comida e boa conversa, com muitas gargalhadas e surpresas pelo meio.
Gosto de levar sempre alguma coisa feita por mim para a festa. Um sinal de carinho e lembrança de quem gostamos. Tento pensar na pessoa a quem vou fazer tal oferta e adequá-la ao seu gosto pessoal. Um pequeno gesto de ternura, muitas vezes na forma de um bolo, que tanto prazer me dá escolher e fazer.
Para comemorar o 1º aniversário do blog Suvelle Cuisine, não quis faltar à festa. E preparei um bolo que espero ser do agrado da Su. Um bolo de banana e aveia, integral, com pouco açúcar e pouca gordura. Um bolo saudável para a festa dum blog que prima pelas receitas saudáveis, dando cuidado à utilização de produtos biológicos e ingredientes de qualidade, sempre envolvido em fotografias belíssimas e tão inspiradoras. Parabéns Su!



Bolo Integral de Banana e Aveia
(receita adaptada daqui)

1 chávena de flocos de aveia
1/2 chávena de farinha de trigo integral
1/3 chávena de farinha de trigo
1/3 chávena de açúcar mascavado escuro
1 colher (chá) de bicarbonato de sódio
1/2 colher (chá) de fermento
1 colher (chá) de canela
1/2 chávena de nozes picadas
1/2 chávena de iogurte natural
1 ovo
2 colheres (sopa) de óleo
2 colheres (sopa) de mel
2 bananas maduras em cubos


Preparação

Pré-aquecer o forno a 180ºC e untar uma forma de bolo inglês. Reservar.
Triturar a aveia, sem pulverizar completamente (triturei só metade da aveia, a restante coloquei em flocos).
Juntar numa taça a aveia, as farinhas, o açúcar, o bicarbonato, fermento, canela e nozes e misturar bem estes secos.
Noutra taça juntar o ovo com o iogurte, o óleo e o mel e bater muito bem.
Adicionar as bananas em cubos à mistura dos secos e envolver. Por fim adicionar a mistura dos húmidos e envolver sem bater demasiado.
Colocar a massa na forma e salpicar com flocos de aveia.
Levar ao forno a cozer (teste do palito).

Bom Apetite!




Cookies Trufados


Quando me sinto em baixo, quer seja fisica ou psicologicamente, tenho desejos de chocolate. Depois de uns dias azarados e particularmente difíceis, sinto necessidade de comer algo com muito chocolate.
Um quadradinho de chocolate preto faz as minhas delícias mais repentinas, mas se estiver mesmo numa de relaxar, vou para a cozinha preparar uns biscoitos de chocolate ou um bolinho. Uma terapia à volta de uma taça, de uma colher-de-pau, forno ligado e calor da cozinha. Cozinhar ajuda-me a relaxar, a pensar nas coisas com mais calma, ou simplesmente abstrair-me de tudo. E ajuda-me a ser mais feliz.
Tenho uma amiga muito especial, que mesmo longe nunca se esquece de mim. Está lá para ouvir os meus desabafos e as minhas "queixinhas". Não se importa de me aturar, nos meus devaneios culinários, nas coisas boas e nos momentos em que estou mais em baixo. Não a conheço há muito tempo, mas sinto que a conheço desde sempre. Juntas partilhamos novidades, a paixão pela culinária, por gatos, pela natureza e passeios, e claro, pelo chocolate.
Obrigado por me ouvires, querida S., por seres tão amiga. Partilho contigo estes biscoitos maravilhosos de chocolate, que são impossíveis de resistir, uma das nossas paixões (ai a celulite!...). Aqui à distância, mas sempre perto.


Cookies Trufados
(receita do blog Três Pingos de Mel)

200 gr de açúcar
200 gr de farinha de trigo
6 colheres (sopa) de cacau em pó
50 gr de manteiga picada
2 ovos levemente batidos
1 colher (chá) de essência de baunilha
1/4 colher (chá) de sal
açúcar em pó peneirado q.b. para polvilhar


Preparação

Com as pontas dos dedos misturar o açúcar, farinha, cacau, sal e manteiga. Adicionar os ovos e a essência de baunilha e misturar bem com a batedeira, até incorporar.
Com as mãos formar uma bola de massa. Refrigerar pelo menos durante meia hora.
Pré-aquecer o forno a 180ºC. Forrar com papel vegetal e untar dois tabuleiros.
Formar bolinhas com a massa, do tamanho de nozes, e passá-las por açúcar em pó (enrolar bem e com bastante quantidade).
Colocar as bolinhas no tabuleiro com alguma distância entre elas e levar ao forno a cozer (uns 10 a 12 minutos).

Bom Apetite!





Convidei para jantar...Anthony Bourdain

Preparar uma refeição para alguém é algo muito especial. Transmitimos através da comida a nossa dedicação e afecto pelas pessoas com quem a partilhamos. O cuidado com que é preparada e servida, todo o ritual de nos sentarmos à volta de uma mesa partilhando a refeição e uma boa conversa é algo mágico. Por isso abracei este projecto "Convidei para jantar..." da autoria da Ana, do Anasbageri, com muito carinho e vontade. Um desafio que apela à criatividade e imaginação.
O tema deste mês para a 2ª edição do projecto, foi escolhido pela anfitriã Suzana do belíssimo Gourmets Amadores, no qual escolheríamos um chef e/ou cozinheiro, que gostaríamos de receber na nossa casa.

Convidei o chef Anthony Bourdain, aproveitando a sua última visita a Lisboa para gravar um episódio do programa No Reservations. Sabia que me iria sentir mais à vontade e confiante, por ele ser uma pessoa muito descontraída e curiosa pelas tradições de cada país, sem receios de provar coisas diferentes, já que iria ser uma tarefa bem difícil surpreender alguém que faz da comida o seu trabalho.

Tentei recriar um ambiente de tasquinha na minha cozinha e sala de jantar, tornando-a acolhedora. Usei a loiça de barro e coloquei jarros de vinho de um produtor local no centro da mesa. Pensei para esta ocasião preparar um jantar baseado em entradinhas e petiscos típicos. Um jantar informal, sem regras e etiquetas, sem uma ementa muito elaborada, para se ir petiscando, com boa conversa e bom vinho.
Servi num clima descontraído, saladinha de polvo, pataniscas, jaquinzinhos fritos, salada de orelha, ameijoas à bulhão pato, ovos mexidos com alheira, a famosa punheta de bacalhau (soltou uma grande risada quando eu traduzi o nome) e outras iguarias. Sem esquecer os enchidos portugueses com que ele se deliciou e os queijos nacionais. Ficou encantado com o queijo da serra, e não se cansou de barrar fatias de broa de milho com ele. Toda a refeição foi bem regada por vinho tinto alentejano e um de um produtor local (este mais barato, mas muito do seu agrado).
A minha família sorriu contente por vê-lo comer e beber com tanto gosto. A minha avó em especial (que ainda é do tempo em que se passou fome) ficou deliciada com o seu apetite e mesmo não percebendo inglês disse-lhe: "senhor Tony, coma mais um bocadinho disto..."
Um serão muito bem passado, com valentes gargalhadas e boa conversa. Falámos do seu programa, das suas viagens, das coisas mais estranhas que já tinha comido e das mais deliciosas. De projectos futuros. Da riqueza cultural e culinária. Falámos da música portuguesa, do vinho português, das nossas tradições e da nossa gastronomia. Da qualidade do peixe fresco e do marisco, da doçaria conventual.
Tempo ainda (e estômago) para uma sobremesa. Uma sericaia, doce típico alentejano, servido com ameixas em calda, caseiras. E uns ovos moles de Aveiro. Um digestivo para finalizar.
Disse-me que estava tudo do seu agrado e que tinha gostado particularmente das pataniscas de bacalhau (receita da minha mãe) e que gostaria de levar a receita para a recriar e reinventar no seu restaurante Les Halles em Nova Iorque. Imaginam o meu entusiasmo enquanto a escrevia!
Despedidas feitas e votos de sucesso trocados, e um garrafão do vinho local oferecido com uma certa timidez, aqui fica a receita que o seduziu nessa noite.




Pataniscas de Bacalhau
(receita da mãe)

3 a 4 postas de bacalhau (grandes)
2 ovos
10 colheres (sopa) rasas de farinha trigo
1 colher (sopa) de maisena
1 colher (chá) de fermento
1 pitada de colorau
1 pitada de sal
1 raminho de salsa
leite q.b.


Preparação

Desfiar as postas de bacalhau cru à parte e reservar.
Numa taça bater bem os ovos com a farinha, a maisena, o fermento. Juntar leite até formar um polme. Temperar com o sal e o colorau a gosto.
Adicionar a salsa picadinha e o bacalhau envolvendo bem. Se notar a massa muito pesada, juntar um pouco de leite.
Numa frigideira, aquecer óleo e quando estiver bem quente colocar pequenas porções da massa, deixando fritar de ambos os lados. Escorrer em papel absorvente. Servir.

Bom Apetite!