mini cakes de espelta, cenoura e maçã











Há sítios que nos fazem sonhar. Há lugares que parecem ser de encantar. Que nos fazem recordar lembranças de menina. Essa menina, que gostava de brincar lá fora no seu jardim encantado. A sonhar com momentos mágicos. Com brincadeiras de bonecas. Juntas partiam em viagens ao mundo das flores, dos animais, das tardes por acabar, dos lanches de bolinhos, feitos em forminhas coloridas.
A beleza rodeia-nos nas coisas mais simples. A natureza surpreende-nos. Inspira-nos. E faz-nos felizes.
E a More Than Cookies, é feita de coisas belas, que nos inspiram. Já espreitaram?
Eu espreitei e apaixonei-me. E por momentos sinto-me num reino encantado, quase uma criança de novo, a sonhar com bolinhos em formas de papel de encantar, e chás com as bonecas. 
Um agradecimento especial à More Than Cookies, por me ter convidado para o projecto "Blogs Convidados" e gentilmente me ter enviado estas forminhas lindas.
E sorrio ao provar estes bolinhos outonais, saboreando momentos passados lá fora, naquele jardim.













Mini Cakes de Espelta, Cenoura e Maçã
(receita do livro Popina, de Isidora Popovic)

2 ovos
80 gr açúcar amarelo
50 ml óleo vegetal
150 gr farinha de espelta
1 e 1/2 colher (chá) de fermento
1/2 colher (chá) de canela
1 cenoura pequena
1 maçã pequena 
20 gr sementes de abóbora

Cobertura:
30 gr sementes de abóbora
açúcar mascavado claro q.b.


Preparação

Pré-aquecer o forno a 180ºC.
Colocar os ovos, açúcar e óleo numa taça e misturar até obter um líquido cremoso.
Juntar a farinha, o fermento e a canela, misturando nos líquidos.
Acrescentar a cenoura ralada finamente, a maçã descascada e em pedacinhos, e as sementes de abóbora, envolvendo na massa uniformemente.
Encher dois terços das forminhas com a massa. Salpicar com sementes de abóbora e polvilhar com açúcar.
Levar ao forno até cozer (teste do palito).
Saborear ainda mornos.

Bom Apetite!
















chutney de figo






Um fim-de-semana com duas estações dentro. Sábado foi Verão, domingo foi Outono.
Sábado foi dia de praia, mergulhos na praia da infância. Apanhar sol e fazer caminhadas. Andar de sandálias e comer um gelado. Aproveitar para estar com amigos que estão no Porto e em Lisboa, lá fora, numa noite amena de Verão.
Domingo amanheceu cinzento, ventoso e com chuva. Não foi mais triste por isso. Foi a chegada do Outono. Uma estação de transição. De recolha e aconchego. Foi um dia que pediu meias e uma mantinha no sofá, enquanto lá fora se ouvia o vento. Os gatos já se aninharam em caracol, adivinhando os dias mais frios. O lanche pediu panquecas, altas e fofas a acompanhar um chá fumegante. E já soube bem ligar o forno ao almoço. Um assado de carne, para ser acompanhado de um chutney de figo. 
Os dias já estão menos quentes, mas os figos maduros ainda lembram o Verão. E eu faço compotas e chutneys na esperança de prolongar o seu sabor por mais uns instantes.








Chutney de Figo
(receita adaptada de David Lebovitz)

1 colher (sopa) de óleo
1 cebola roxa picada
2 cm de gengibre fresco ralado
120 gr açúcar mascavado escuro
125 ml vinagre de sidra
sumo e raspa de 1 limão
100 gr de passas e nozes picadas
1 pau de canela
1/4 colher (chá) de sal
450 gr de figos frescos


Preparação

Numa panela aquecer o óleo. Juntar a cebola picada e deixar cozinhar até ficar translúcida, mexendo ocasionalmente.
Adicionar os restantes ingredientes, excepto os figos, e deixar cozinhar por 20 minutos, em lume brando.
Remover os pés aos figos e cortar em pedaços (pode optar por descascar ou não). Juntar então à panela, e deixar cozinhar tapado durante 5 a 10 minutos, até os figos ficarem tenros.
Retirar a tampa, e deixar cozinhar em lume baixo, mexendo frequentemente, até a mistura engrossar e se assemelhar a uma compota.
Deixar arrefecer e guardar em frascos esterilizados. Servir com carne assada ou queijos fortes.

Bom Apetite!










galette de nectarinas e mirtilos






No entardecer dos dias de Verão, às vezes,
Ainda que não haja brisa nenhuma, parece
Que passa, um momento, uma leve brisa...
Mas as árvores permanecem imóveis
Em todas as folhas das suas folhas
E os nossos sentidos tiveram uma ilusão,
Tiveram a ilusão do que lhes agradaria...

                     in "O Guardador de Rebanhos"
                                    Alberto Caeiro









Enquanto os dias forem quentes será sempre verão. Enquanto o sol me queimar as faces rosadas, permito-me não pensar na mudança de estação. Enquanto houver fruta de verão, vou saciar os meus sentidos. 
Já vejo folhas castanhas e vermelhas a pintar o chão da rua. Mas ainda sinto o cheiro doce dos pêssegos e nectarinas. Já visto o casaco à noite, mas ainda passo o serão lá fora, olhando o céu estrelado e ouvindo as ondas do mar. E visito a praia em dias folgados.
Enquanto for verão, que venham as sobremesas de fruta. Como esta galette de nectarinas e mirtilos, deliciosa acompanhada de iogurte grego ou uma bola de gelado de baunilha.
Esta receita prendeu-me a atenção este verão, quando por correio recebi uma surpresa. Livros de culinária. Com cheiro a novo, a paragens distantes. Com todo o carinho e simpatia, a Lia enviou-me dois livros recheados de coisas boas. Sabores novos. Doces, tartes, bolos, pães. Um toque de doçura de uma amiga que está longe. Obrigada querida. Adorei! Que seja sempre verão, ao comermos esta fatia.









Galette de Nectarinas e Mirtilos
(do livro "The Great British Bake Off", Linda Collister)

Massa:
200 gr farinha trigo
1/4 colher (chá) de sal
100 gr manteiga fria
1 gema de ovo
1 colher (sopa) de açúcar
3 colheres (sopa) de água gelada

Recheio:
3 nectarinas
150 gr mirtilos
1 e 1/2 colher (sopa) farinha de milho
50 gr açúcar (mais para polvilhar)
20 gr manteiga derretida (para pincelar)



Preparação

Para a massa, colocar a farinha e o sal numa superfície limpa, fazendo um buraco no centro. Aí colocar a manteiga em cubinhos, a gema, açúcar e água. Começar a misturar tudo com as pontas dos dedos, envolvendo tudo numa bola e amassando. Juntar mais água ou mais farinha consoante a massa estiver mais seca ou mais pegajosa. Amassar bem durante uns minutos até ficar homogéneo. Formar uma bola que vai ao frio, embrulhada em película aderente, durante 30 minutos.
Forrar um tabuleiro com papel vegetal e pré-aquecer o forno a 200ºC.
Preparar o recheio, cortando as nectarinas em quartos (sem descascar), e removendo os caroços. Cortar em fatias não muito finas. Juntar numa taça com os mirtilos, a farinha e o açúcar, envolvendo muito bem.
Retirar a massa do frio, salpicar uma superfície com farinha e estender a massa num círculo fino com cerca de 30 cm de diâmetro. Enrolar a massa com a ajuda do rolo e transferi-la para o tabuleiro preparado.
Colocar a fruta no centro, deixando uma margem de 5 cm a toda a volta. Dobrar as margens para dentro. Pincelar a massa com a manteiga derretida e salpicar a tarte com açúcar a gosto.
Vai ao forno 30 a 40 minutos até a massa cozer e dourar.
Servir morna ou fria. Poderá ser acompanhada de iogurte grego ou bola de gelado de baunilha.

Bom Apetite!











carbonara de curgete e cogumelos






Está quase a chegar o primeiro aniversário do blog Oficina das Papitas. Um blog criado pela Maria, por quem tenho um carinho muito especial, para ajudar os seus filhos que estão fora do país. Um blog feito e movido pelo amor. Para lhes dar uma ajuda na cozinha, a confeccionar receitas fáceis, deliciosas e económicas. Para que não tenham tantas saudades de casa e da comida da mamã. É neste espírito de partilha que a Maria nos convida a juntarmo-nos à sua festa, com uma receita perfeita para agradar aos seus meninos.
Eu que ando cheia de saudades da Maria, não me quis ausentar, e vou já a caminho levando comigo um prato de pasta. Uma carbonara inspirada numa receita do Jamie Oliver que tanto admiro. Uma receita simples, que entra no espírito desta festa. Espero que gostes Maria, um beijinho e até breve!







Carbonara de Curgete e Cogumelos
(receita inspirada no livro Jamie at Home, de Jamie Oliver)

2 curgetes pequenas
250-300 gr massa penne
6 fatias de bacon
6 cogumelos frescos
tomilho fresco q.b.
azeite q.b.
sal q.b.
2 ovos
2 gemas
4 colheres (sopa) de natas
4 colheres (sopa) de parmesão


Preparação

Aquecer água numa panela, com sal, e quando ferver adicionar a massa para cozer.
Lavar as curgetes e sem descascar, fatiar longitudinalmente, utilizando um descascador de cenouras, de modo a obter fitas finas de curgete (rejeitar o centro esponjoso). Cozer a curgete noutra panela com água a ferver, durante 1 a 2 minutos. Retirar imediatamente da água. Reservar.
Fatiar os cogumelos e o bacon finamente. Colocar um fio de azeite numa frigideira e juntar o bacon deixando cozinhar até ficar tostado. Adicionar os cogumelos e raminhos de tomilho fresco. Deixar cozinhar um pouco.
Enquanto isso, preparar o molho. Misturar numa taça os ovos, as gemas, as natas e o parmesão, batendo bem. Reservar.
Escorrer a massa quando estiver al dente e adicionar à frigideira dos cogumelos e bacon, envolvendo. Juntar também a curgete e o molho, envolvendo rapidamente e não deixando cozinhar por muito mais tempo.
Servir de imediato, enfeitando com tomilho e polvilhando com parmesão ralado na hora.

Bom Apetite!









trifle de maracujá e manga






Nos últimos dias tenho-me sentido um pouco fantasma na minha cozinha. Entro e saio de mansinho, sem grandes vontades. Uma letargia apoderou-se de mim. Faço o básico e deixo o resto para depois. Para outros dias. Dias que me parecem demasiado pequenos para tudo. Que não cabem no tempo. Ou simplesmente olham para ele com alguma estranheza.
Na mente fervilham receitas, ingredientes, imagens de livros de culinária e desejos. Mas acabo por não concretizar. Preguiça, calor, inquietude. Vou fazendo coisas simples para me alimentar e refrescar.
Como saladas (com figos e pêssegos), faço sumos de fruta natural, tostas, e comida rápida. Comida em tom de simplicidade. Mas que não deixa de me alegrar. Como esta sobremesa a meio da semana, que surgiu sem regra, improvisada ao sabor da hora. Ao sabor duns maracujás e uma manga madura. Não muito doce nem muito ousada. Mas muito fresca. Porque está calor e eu estou preguiçosa. Mas não para comer uma sobremesa!








Trifle de Maracujá e Manga

8 palitos la reine (ou restos de pão-de-ló)
6 maracujás
1 manga madura
3 iogurtes gregos naturais


Preparação

Partir os palitos la reine (ou o bolo) em pedaços. Reservar.
Retirar a polpa dos maracujás para uma tacinha. Partir a manga em cubinhos.
Em taças ou copos colocar parte dos pedaços de bolo ou palitos. Colocar com uma colher, um pouco da polpa de maracujá em cima dos palitos e pedacinhos de manga.
Colocar metade do iogurte por cima da fruta.
Repetir as camadas (biscoitos, polpa maracujá, manga) terminando com iogurte.
Enfeitar com um pouco de polpa de maracujá. Levar ao frio umas 2 horas.
Servir bem fresco.

Bom Apetite!










Batido de Figo e Alfarroba






A espera é sempre grande. O verão traz os figos. Doces figos, pingo de mel. Tão doces.
E eu rondo a figueira diariamente em busca dos mais maduros, para comer à sua sombra. 
Este ano, a espera foi impaciente. Vieram atrasados, a maioria ainda não amadureceu.
Mas a figueira está bem carregada, a sua sombra está enorme este ano. E eu aguardo por eles.
Os primeiros já foram saboreados, com honras de reis. Ao natural. Como gosto mais.
Tempo também para um batido matinal. Fruta e batidos combinam com o calor destes últimos dias de verão.
Tornam as manhãs mais saborosas, enquanto não chegam os outros, que serão guardados em compota, para saborear mais tarde, um pouco de verão num frasco.






Batido de Figo e Alfarroba

1 iogurte natural
100 ml leite fresco
1 colher (chá) de farinha alfarroba
1-2 colheres (chá) de mel (ou açúcar)
6 figos frescos


Preparação

Retirar a casca aos figos e colocar o seu interior, juntamente com os restantes ingredientes num liquidificador.
Triturar até ficar homogéneo. Provar e se necessário adoçar a gosto.
Servir bem fresco.

Bom Apetite!














Gelado de Doce de Leite e Cookies





Agosto fica para trás, deixando um rasto de pegadas na areia molhada da praia.
Setembro chega doce e quente, permitindo prolongar o verão nas páginas dos dias.
Os dias já são mais pequenos, já saio de noite do trabalho, já não consigo ver o pôr-do-sol ao chegar a casa. 
Mas os fins-de-semana permitem passagens pela praia, pelos caminhos de areia molhada, e pelas vontades de refrescos e gelados.
Este gelado é o favorito da minha avó. Um gelado de doce de leite, enriquecido com cookies de chocolate. E mesmo sendo uma pequena bomba calórica, não posso deixar passar o verão sem lho fazer. Receber um sorriso em troca sabe tão bem. Tão delicioso como este gelado.






Gelado de Doce de Leite e Cookies

1 chávena de doce de leite
2 chávenas de leite
1 chávena de natas
1 chávena de bolachas de chocolate em pedaços


Preparação

Misturar bem o doce de leite com o leite e as natas. Bater muito bem até ficar homogéneo. Levar ao frio.
Depois de bem fria, colocar a mistura na máquina de fazer gelados e seguir as indicações do fabricante.
Antes de desligar a máquina, adicionar as bolachas em pedaços e deixar envolver bem.
Colocar num recipiente e levar ao congelador por algumas horas.
Retirar do congelador 10 minutos antes de servir.

Nota: Se não tiver máquina de fazer gelados, misturar todos os ingredientes, envolver bem as cookies e levar ao congelador, mexendo com um garfo de hora a hora para quebrar os cristais de gelo.
Usei bolacha maria de chocolate. Em alternativa ao doce de leite, pode usar leite condensado cozido.

Bom Apetite!







 

Bolo de Côco e Limão










Há dias especiais. E há pessoas que os tornam ainda mais especiais. Pela partilha, pela generosidade, pela simpatia e forma como nos recebem. 
São momentos felizes. Feitos de conhecimentos que nos são transmitidos.
Um dia cheio. De coisas boas. De novas amizades. De fotografias. De aprender. De falar de tudo e de nada. De conhecer. De rir. De surpreender. De bolos e saladas e pregos no prato. De flores coloridas e perfumadas. De boa companhia. E sorrisos bem simpáticos. Que jamais serão esquecidos.
Um dia que já deixa saudades. E por isso cá está ele, um dos bolos que nos uniu nesse dia tão feliz. 


Bolo de Côco e Limão
(receita adaptada do livro Baking, de Dorie Greenspan)

2 chávenas de farinha
1 colher (chá) de fermento
1 chávena de leite de côco
4 colheres (sopa) de manteiga
4 ovos
1 e 1/2 chávena de açúcar
raspa e sumo de 1 limão
2 colheres (chá) de rum
1/2 chávena de côco ralado


Preparação

Pré-aquecer o forno a 180ºC. Untar uma forma com manteiga e polvilhar com farinha.
Peneirar a farinha e o fermento e reservar.
Num tacho, aquecer o leite de côco, a manteiga e o sumo de limão, até o leite aquecer e a manteiga derreter. Deixar reservado até amornar.
Numa taça colocar o açúcar e a raspa de limão e misturar com as pontas dos dedos até se libertarem os óleos da raspa e ficar com um aspecto de areia molhada. Juntar os ovos e bater com a batedeira até dobrar de volume. Adicionar o rum.
Juntar a farinha e envolver sem misturar demasiado. Adicionar o côco e envolver.
Por fim, juntar a mistura do leite de côco e mexer bem.
Colocar a massa na forma e levar ao forno até cozer (teste do palito).

Bom Apetite!












Um obrigado muito especial à Helena, por toda a sua generosidade e partilha. E um beijinho enorme à Mané, à Sandra, à Alice e à Marmita pela simpatia, boa companhia e por um dia delicioso e encantador.