Bundt de Abóbora com Swirl de Canela e Chocolate





Um bolo de outono, com as raínhas da estação. As abóboras. As abóboras de todos os feitios, pesadas e lindas, que enfeitam o muro do quintal. De polpa laranja e firme. Adoro abóboras. Assadas no forno, com especiarias ou ervas aromáticas, enriquecem e dão cor a pratos de conforto. Em risottos e raviolis. Em panquecas, deliciosas e fofas, e scones e pão. E em bolos e muffins, adoro.
E sabe tão bem, nestes dias mais frios fazer um bolinho. Não consigo mesmo resistir. É das coisas que me sabe melhor. Ficar com a cozinha a cheirar bem. Quente e acolhedora, que recebe bem quem nela entrar.
As fatias à hora do lanche, vão sendo cortadas, deixando um rasto de migalhas.
Vou levá-lo comigo nesta noite de Halloween, até à casa da Lia. Para a festa dos Bundts. Um beijinho para as doces meninas da Bundtmania. Vamos lá saborear bolinhos!






Bundt de Abóbora com Swirl de Canela e Chocolate

Swirl:
1/2 chávena de açúcar mascavado
1 colher (sopa) de canela
2 colheres (sopa) de manteiga
100 gr pepitas de chocolate

Bolo:
3/4 chávena de açúcar mascavado
4 ovos
120 ml iogurte natural
3 colheres (sopa) de óleo de coco derretido
1 chávena de abóbora cozida e em puré
1/2 colher (chá) de canela em pó
1/2 colher (chá) de gengibre em pó
1 colher (chá) de fermento
1 colher (chá) de bicarbonato
2 chávenas de farinha de espelta


Preparação

Pré-aquecer o forno a 180ºC. Untar com manteiga uma forma bundt e reservar.
Preparar o swirl, juntando numa taça o açúcar, a canela e a manteiga em pedacinhos. Com as pontas dos dedos amassar até ficar tudo unido num género de areia molhada. Adicionar as pepitas e envolver bem.
Noutra taça, bater muito bem os ovos com o açúcar (uns 5 minutos com a batedeira), adicionar depois o iogurte, o óleo e a abóbora, batendo muito bem.
Juntar a farinha com o fermento, bicarbonato e especiarias e envolver na massa, até obter uma mistura homogénea.
Colocar metade da massa na forma e com cuidado (sem tocar nas laterais) colocar o swirl numa camada. Por fim, colocar a restante massa de bolo por cima e levar ao forno até cozer (teste do palito).
Desenformar e servir polvilhado com açúcar em pó e canela.

Bom Apetite!





Paté de Sardinha e Iogurte para petiscar





Adoro petiscar! Petiscos, tapas, entradinhas, uma mesa cheia deles e fico lá sentada a comer à mão, entre um e outro. Adoro!
Quando faço jantares de amigos muitas vezes é uma mesa cheia de tapas e petiscos, e todos adoram. Vamos comendo aqui, petiscando ali e por entre boas conversas e risadas se faz uma refeição.
É mesmo isso que gosto, partilhar uma mesa cheia de coisas boas, com quem mais gosto e ir saboreando pela noite fora, ao sabor do petisco. E da amizade. Do que nos une e reune à mesa.
E adoro produtos portugueses de qualidade, conservas de sardinha que se transformam em paté e sorrisos.
Falta só mesmo juntar um bom pão tipo alentejano, e servimo-nos com muito gosto. 








Paté de Sardinha e Iogurte
(receita adaptada do livro "Velocidade Colher" de Susana Gomes)

1 lata de sardinha em óleo vegetal Nero
1/2 cebola picada
2 colheres (sopa) de iogurte natural
1 colher (chá) de sumo de limão
1 colher (chá) de mostarda
sal q.b.
cebolinho fresco picado q.b.


Preparação

Escorrer o óleo da lata e retirar as espinhas às sardinhas.
Com um garfo esmagar um pouco a sardinha, desfazendo e depois adicionar os restantes ingredientes, envolvendo bem e esmagando até obter uma pasta.
Reservar no frio até servir. Salpicar com cebolinho fresco picado.

Bom Apetite!





Biscoitos de Melaço





 Está aberta a época das bolachinhas e biscoitos. É quando o Outono chega em força, com os dias mais pequenos e cinzentos, que chega a vontade de ligar o forno e fazer uma fornada de bolachinhas.
E se forem feitas as quatro mãos ainda mais divertido.
É todo um ritual, seleccionar a receita, escolher os ingredientes, pesar, amassar, estender, cortar, levar ao forno e provar a primeira ainda quente, resultando muitas vezes em queimar a ponta da língua gulosa.
Enchem-se os frasquinhos, que rapidamente se esvaziam, à hora do lanche enquanto um bule de chá nos espera e reconforta. É mesmo assim, o conforto de um dia de Outono.
Levo-as à festa das bolachinhas de Outono da Manuela. Já estava com saudades de fazer bolachas!





Biscoitos de Melaço
(adaptados da revista Saveurs de Setembro de 2013)

150 gr farinha espelta
75 gr farinha espelta integral
1 colher (chá) gengibre em pó
1/2 colher (chá) fermento
1/2 colher (chá) bicarbonato
1/2 colher (chá) Bonsalt
50 gr açúcar mascavado
80 gr melaço de cana
45 gr manteiga derretida e fria
1 ovo batido
açúcar demerara q.b.


Preparação

Numa taça colocar as farinhas, gengibre, fermento, bicarbonato e bonsalt, misturando bem.
Noutra taça misturar o açúcar com o melaço, a manteiga e o ovo.
Juntar os secos aos sólidos e misturar bem, amassando até obter uma massa homogénea.
Se necessário juntar um pouco de água ou farinha caso a massa esteja ou muito seca ou muito mole.
Formar uma bola com a massa, envolver em película aderente e levar ao frio por 1 hora.
Pré-aquecer o forno a 180ºC e retirar a massa do frio reservando por 15 minutos.
Estender a massa numa superfície enfarinhada e com a ajuda de um rolo de cozinha, com a espessura de 2mm. Cortar no formato desejado e colocar num tabuleiro untado e forrado com papel vegetal.
Salpicar as bolachinhas com o açúcar demerara e levar ao forno até cozer (uns 8-12 min).

Bom Apetite!










Pão com Manteiga - World Bread Day




No dia em que se celebra o World Bread Day, trago-vos um pão com manteiga. Um pão que não se amassa e uma manteiga que não parece manteiga.
Olhando para ele parece um bolo de chocolate e um creme de chocolate e avelãs, mas não, é um pão e uma manteiga que o acompanha a cada fatia. 

Gosto da arte de fazer o pão, gosto de por as mãos na massa, de o ver levedar e crescer, de o partir e repartir. Em momentos de partilha.
O pão que nos acompanha os dias. O pão que amassamos, o pão que vemos levedar, o pão que sai do forno com um cheirinho sem igual. O pão que não se passa sem ele, e aquele que aparece mais em dias de festa ou pequenos-almoços demorados. O pão da sobrevivência, o pão que tanto simboliza. Que une a família à refeição. Que o parte com as mãos e o oferece a quem chega à mesa.

Este não é um pão que se amassa, que se vê levedar, mas também é pão. O chamado Soda Bread ou pão de soda. Com cacau, centeio e espelta. Veio bem moreno, e ainda morno, ao encontro de uma manteiga de amêndoa, alimentar tardes e lanches. Ao sabor de uma fatia ainda quente.




Soda Bread de Chocolate
(adaptado do livro Scandilicious Baking, de Signe Johansen)

200 gr farinha de centeio
100 gr farinha de espelta
75 gr farinha de espelta integral
50 gr flocos de aveia
25 gr flocos de centeio
50 gr de açúcar mascavado
1 colher (chá) bicarbonato
1/2 colher (chá) sal
2 colheres (sopa) cacau em pó
375 ml buttermilk
1 ovo batido
1 colher (sopa) melaço


Manteiga de Amêndoa, com Cacau, Mel e Canela
(receita adaptada do livro The Sprouted Kitchen, de Sara e Hugh Forte)

2 chávenas de amêndoa sem pele
1 colher (sopa) óleo de coco
pitada de sal
1 colher (chá) canela em pó
1 colher (chá) cacau em pó
1-2 colheres (sopa) mel



Preparação

Começar por preparar o pão. Numa taça, misturar os ingredientes sólidos (farinhas, flocos, açúcar, bicarbonato, sal e cacau) muito bem com uma colher de pau, para o bicarbonato se espalhar bem.
Abrir um buraco no meio dos sólidos e colocar aí o buttermilk, o ovo e o melaço.
Mexer bem, resultando numa massa bem pegajosa.
Colocar a massa numa forma tipo bolo inglês ligeiramente untada e levar a forno pré-aquecido a 180ºC durante 30-40 minutos ou até cozer e soar a oco.
Para preparar a manteiga de amêndoa, colocar as amêndoas num tabuleiro e levar ao forno a tostar por 10 minutos a 180ºC. Depois deixar arrefecer completamente.
Colocar as amêndoas frias num processador de alimentos e processar por 1 minuto. Adicionar o óleo, sal, canela e cacau e continuar a pulsar por mais uns 8-10 minutos, parando de vez em quando para raspar os lados. O tempo poderá variar, até que se forme uma pasta suave semelhante a manteiga. Se preferir mais suave, adicionar mais óleo. No final adicionar o mel, incorporar bem, e colocar em frasco bem fechado.
Conserva-se no frio durante 4 semanas.

Bom Apetite!




Queria deixar um abraço especial à Cláudia que me ofereceu carinhosamente, o jarrinho branco lindo da foto! Obrigado, adorei a surpresa e o gesto querida. Servimo-nos de uma fatia?


Parfait de Quinoa e Outono





O passado domingo estive presente no Mercado de Sabores, que decorreu na Alfândega do Porto. Estive presente a convite do Porto.come a fazer um showcooking.
Imaginam um palco grande, mesmo enorme, cheio de luzes, muitas e muitas pessoas a assistir? Pois, eu não imaginava. De repente ali estava eu, pequenina, mas cheia de força, sempre disposta a enfrentar mais um desafio. Uma cozinheira amadora. Foi como me apresentei. Com uma paixão pela culinária.

A edição deste ano foi muito gira, associou a gastronomia à música portuguesa. Estiveram presentes imensos chefs e músicos, e muitos bloggers que admiro. Uma mistura de sabores e sons portugueses, uma autêntica viagem pelos sabores nacionais. Temos tantas coisas boas no nosso país. 



 


Eu apresentei um Parfait de Quinoa e Outono. Foi a sobremesa eleita, por ser agradável e fresca, ao mesmo tempo com sabores e texturas de Outono em cada camada. Simples de fazer. Arrisquei um pouco ao levar quinoa num doce, desconhecida para muitos que estavam presentes. Mas porque não arriscar? 

Ainda tive o prazer de estar à conversa com o chef Luís Baena que é uma simpatia, e começou por dizer que me conhecia (olhe que não chef!). No final mandei-lhe uma sobremesa com cumprimentos e ele achou super querido! :) Houve pessoas que me vieram perguntar mais coisas sobre a quinoa, e a Luisa Sobral passou e fez olhinhos à minha tacinha! As borboletas por essa altura já tinham ido voar para outros ares.

O mais importante nesse dia, foi ter imensos bloggers e amigos junto a mim no showcooking. Senti-me apoiada e acarinhada. Com a Ana, a Rosa, a Naida, a Teresa, a Luísa, a Maria João, o Filipe e a Ondina.
Foi um dia que nunca irei esquecer. Obrigado a todos. E obrigado ao Porto.come pelo convite.
Vamos agora degustar?







Parfait de Quinoa e Outono
(serve 4-6 copinhos)

Camada de Iogurte: 4 iogurtes gregos naturais, canela em pó q.b.
Camada de Quinoa: 1/2 chávena de quinoa, canela em pó q.b.
Camada de Maçã Caramelizada: 4 maçãs, 4 colheres (sopa) de açúcar mascavado, 50 gr de manteiga, 1 colher (chá) de canela em pó
Camada de Crumble de Nozes: 1/4 cháv de farinha, 1/4 cháv de açúcar mascavado, 25 gr de manteiga, 1/2 colher (chá) de canela, 1/4 cháv de nozes picadas grosseiramente


Preparação

Lavar bem a quinoa e levar a cozer num tacho com o dobro de água, durante 10-12 minutos, com o tacho tapado. Aguardar um pouco e com um garfo, separar os grãos. Misturar uma pitada de canela e envolver. Colocar num prato a arrefecer completamente.
Preparar as maçãs caramelizadas, começando por descascar e cortar em cubinhos com 1-2cm. Colocar numa frigideira grande antiaderente e adicionar o açúcar, canela e margarina em pedacinhos. Levar ao lume até ferver, e deixar cozinhar em lume brando por 5-10 minutos, até as maçãs ficarem ligeiramente mais tenras e o molho caramelizar. Reservar num taça.

Para o crumble, misturar todos os ingredientes numa taça, com as pontas dos dedos, até obter uma espécie de areia molhada. Espalhar o crumble num tabuleiro com papel vegetal e levar ao forno pré-aquecido a 200ºC, por uns 10-15 minutos, mexendo a cada 5 minutos para evitar que queime. E até que fique douradinho e crocante.
Para servir nos copinhos, colocar primeiro uma camada de iogurte, seguida de uma camada de quinoa e depois maçãs caramelizadas. Repetir as camadas e servir com o crumble por cima.

Bom Apetite! 








Panquecas de Banana e Mirtilo




 Adoro começar o dia com panquecas. Aqueles dias preguiçosos que se esticam ao sabor do que nós gostamos. Um pequeno-almoço mais reforçado, com direito a panquecas, frutas, iogurte grego e uns ovinhos, pão caseiro e sumos naturais ou smoothies animam-me sempre. Geralmente são saboreados lá fora, se o tempo o permitir, com o sol a brindar a mesa. Prolongam-se enquanto me espreguiço, e sei que o dia é livre, e caminho por ele com mais energia. Segue-se um passeio à beira-mar (que bom que o sol voltou!) e barriguinha cheia (cheia não, satisfeita!). 
Estou com saudades destes dias. Estas panquecas foram feitas no mês passado, em dias de férias. Dias preguiçosos e de mar à vista. De sestas e gelados. Chinelos nos pés, livros e esplanadas. Brunchs e petiscos. E boa companhia.

A receita vem de mais um dos meus livros favoritos (são muitos, eu sei), o "The Green Kitchen" dos autores do blog Green Kitchen Stories. Apetece fazer tudo, desde a primeira à última página. Receitas saudáveis, vegetarianas e algumas sem glúten, como é o caso desta. Que boas panquecas! 










Panquecas de Banana e Mirtilo
(adaptadas do livro "The Green Kitchen" de David Frenkiel e Luise Vindahl)

3 bananas maduras
5 ovos biológicos
50 gr de coco ralado
100 gr de mirtilos frescos
óleo de coco q.b. 
maple syrup, coco e mirtilos para servir


Preparação

Esmagar as bananas com um garfo. Colocar as bananas numa tigela e juntar os ovos batidos e o coco.
Bater muito bem e juntar os mirtilos, envolvendo suavemente na massa.
Numa frigideira, aquecer um pouco de óleo de coco e colocar 3 colheres de sopa da massa por cada panqueca.
Deixar cozinhar bem de um lado, e só quando a massa assentar bem e dourar por baixo, se vira, com cuidado e usando uma espátula. Deixando depois cozinhar do outro lado.
Cozinhar toda a massa da mesma forma e servir as panquecas empilhadas, com maple syrup, coco ralado e mirtilos frescos.
Nota: achei a massa bastante líquida mesmo usando menos um ovo na receita. A consistência da massa vai sempre depender do tamanho das bananas e dos ovos usados. Devem deixar cozinhar muito bem do primeiro lado antes de virar, se não quebram-se com muita facilidade. São deliciosas.

Bom Apetite!